Ukrainian peacekeeping counterpart

Operações de manutenção da paz, militares e humanitárias da Ucrânia em outros países

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Quase todos os países podem enfrentar um desafio de grande escala: agressões armadas, catástrofes naturais, epidemias, crises económicas. No entanto, para além de se preocuparem com o bem-estar dos seus cidadãos, muitos deles não se afastam das questões globais. Contamos aqui como a Ucrânia, desde que recuperou a sua independência até à invasão total da Rússia, tem participado ativamente de missões humanitárias internacionais e em operações de manutenção da paz.

Até dezembro de 2022, a Ucrânia fazia parte de 81 organizações internacionais, nas quais abordava questões políticas gerais, ambientais, humanitárias, económicas, legislativas e muitas outras questões globais importantes, em pé de igualdade com outros países. Além disso, cerca de 45 000 militares das Forças Armadas da Ucrânia participaram de, pelo menos, 27 operações internacionais de manutenção da paz e de segurança desde o restabelecimento da independência.

Paralelamente ao reforço da posição da Ucrânia no cenário internacional, a Rússia há muito tem espalhado deliberadamente a desinformação de que a soberania da Ucrânia não passa de uma ficção. Basta ver as inúmeras acusações dos russos sobre supostos sinais de um Estado “fracassado” na Ucrânia e a declaração de Putin, em dezembro de 2021, de que a Ucrânia foi inventada por Lenin. Com o início da invasão em grande escala, quando as forças de defesa ucranianas repeliram inesperadamente numerosos ataques e mais tarde começaram a manipular, com sucesso, as armas ocidentais, os propagandistas russos começaram a difundir outra tese — a de que os ucranianos só sabem pedir constantemente ajuda militar ou financeira, enfraquecendo assim as economias dos países parceiros.

O suposto analista russo Ivan Lizan afirma  que a Ucrânia não mostrou quaisquer resultados visíveis, embora tenha recebido tudo o que pediu, exceto caças e mísseis de longo alcance (em setembro de 2023, começou a recebê-los também). Por conseguinte, o Ocidente, ao constatar a sua incapacidade para pôr fim à guerra, recusa-se gradualmente a investir nesta “start-up”, como diz Lizan. Seu ajudante na disseminação de desinformação, o Secretário de Imprensa Presidencial russo Peskov, diz  que Volodymyr Zelenskyi tem “aborrecido” os Estados Unidos e a Europa, e que as suas tentativas de obter mais ajuda são ganância, porque “como é que as armas destinadas a mim (Zelenskyi — ed.) vão ser dadas a Israel” (que foi atacado pelo grupo palestino do movimento islâmico Hamas em 7 de outubro de 2023).

O alegado analista Ivan Lizan. Foto de fontes abertas.

Propaganda semelhante, mas em inglês, é difundida pela TASS, manipulando a tragédia na aldeia de Hroza, em Slobozhanshchyna, onde um ataque de mísseis russos matou cerca de 50 habitantes, quase metade da população na época. Os meios de comunicação russos afirmam que a Ucrânia acusa a Rússia de crimes apenas durante as visitas do Presidente Zelenskyi ao estrangeiro, uma vez que é mais fácil convencer os parceiros estrangeiros a ficar do seu lado e a prestar assistência. Para tal, escreve a TASS, os dirigentes ucranianos estão dispostos a fingir a morte de alegados civis que, na realidade, eram neonazis. Como podemos ver, a propaganda russa recorre a teses extremamente cínicas e distorcidas, com o objetivo de construir uma imagem da Ucrânia como um país que apenas necessita de recursos, mas que não desempenha um papel especial na arquitetura da segurança internacional.

Novas campas no cemitério da aldeia de Hroza. Foto: Reuters.

Falamos sobre como a Ucrânia ajudou outros países muito antes da invasão em grande escala, tanto como parte de organizações internacionais como de forma independente.

Primeira operação de manutenção da paz da Ucrânia na Iugoslávia

Em 1992-1995, a Ucrânia participou na operação de manutenção da paz da ONU na Iugoslávia. Naquela época, a Eslovénia, a Croácia e a Bósnia e Herzegovina procuraram separar-se da Iugoslávia e tornar-se países independentes. Esta decisão recebeu apoio internacional, nomeadamente das Nações Unidas, que a reconheceu como o direito à autodeterminação dos povos. Foi o início da guerra entre as forças sérvias, que procuravam preservar o Estado na sua forma atual, e as repúblicas iugoslavas.

Iugoslávia
Federação na Península dos Balcãs que existiu de 1918 a 1992. A sua base era a Sérvia, à qual juntaram Montenegro, a Croácia, a Bósnia e Herzegovina, a Macedónia e outros territórios.

Contingente ucraniano de manutenção da paz na Iugoslávia. Foto: arquivo de Andrii Khlusovych.

Em 11 de julho de 1995, os sérvios mataram 8.000 muçulmanos bósnios em Srebrenica e planejaram a próxima limpeza étnica em massa na aldeia de Žepa, onde também viviam muitos membros desta comunidade. Com apenas 9 veículos blindados de transporte de pessoal e armas de fogo ligeiras, durante duas semanas, apenas 79 soldados do 240º batalhão separado das Forças Armadas Ucranianas defenderam a aldeia de 2.000 sérvios. Em consequência, o general sérvio Ratko Mladic teve de pedir aos ucranianos que negociassem. O Coronel Mykola Verkhohliad conseguiu obter um corredor verde para os residentes. A evacuação começou em 25 de julho. Nessa altura, as forças de manutenção da paz ucranianas foram assistidas por forças de manutenção da paz francesas, para evacuar as pessoas. Foram mobilizados mais de 60 veículos que transportaram mais de 5.000 pessoas. Esta operação é considerada a mais bem sucedida na história das modernas Forças Armadas ucranianas, até 2014.

O Coronel Mykola Verkhohliad (à esquerda) e o Oficial Superior Serhii Kuts durante a guerra na Bósnia. Foto: Arquivo de Serhii Kuts.

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Muçulmanos bósnios reunidos junto a autocarros em Žepa, 25 de julho de 1995. Foto: arquivo de Oleksandr Rozetskyi.

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Durante três anos, cerca de 1300 militares ucranianos participaram em missões de manutenção da paz na Iugoslávia, 15 dos quais foram mortos. A sua principal tarefa consistia em ajudar a pôr fim aos combates e a estabilizar a situação: os soldados patrulhavam as ruas, controlavam a ordem pública e escoltavam os fornecimentos de ajuda humanitária.

A Missão Humanitária da Ucrânia em Sakartvelo (Geórgia)

Em 1993, a Ucrânia participou pela primeira vez numa missão de manutenção da paz sem a liderança de organizações internacionais. No território de Sakartvelo  (nome correto do país  Geórgia), teve lugar um conflito armado entre separatistas abecásios, que buscavam a independência com o apoio da Rússia e de militantes do Cáucaso do Norte. O governo do país se opôs a eles. No final da fase aguda da luta, foi criada a autoproclamada República da Abecásia. Como resultado, milhares de pessoas tornaram-se refugiadas devido à perseguição étnica. Elas tentaram chegar ao centro do país pelas passagens montanhosas da Suanécia, mas devido ao frio repentino e às fortes nevascas, as pessoas sofreram com fome, ferimentos e queimaduras pelo frio. Na altura, as autoridades de Sakartvelo não dispunham de helicópteros suficientes para a evacuação, pelo que recorreram aos países parceiros em busca de ajuda.

Refugiados de Sakartvelo. Foto: ukrmilitary.com.

A Ucrânia enviou um destacamento de 15 helicópteros Mi-8 e 106 pilotos. Só no primeiro dia de evacuação foram resgatadas 570 pessoas e, no segundo dia, 2.162. Foram feitos até seis voos diários, mesmo sob fogo de artilharia. De 10 a 14 de outubro de 1993, foram resgatadas cerca de 8.000 pessoas.

A pista " Poço" é uma das mais perigosas para aterragem e descolagem. Foto: ukrmilitary.com.

Em agosto de 2008, quando a Rússia invadiu o território de Sakartvelo, a Ucrânia enviou sistemas de defesa aérea, sistemas de mísseis antiaéreos “Buk” e “Osa”, bem como materiais de combate. Graças ao equipamento rapidamente entregue, o exército de Sakartvelo conseguiu abater 12 bombardeiros russos. Mikheil Saakashvili, o então Presidente de Sakartvelo, afirmou que foi muito difícil conter a agressão nos primeiros dias, mas que isso foi possível, em particular, graças à Ucrânia. Apesar do apoio que o nosso país tem prestado repetidamente, após o início de uma guerra em grande escala na Ucrânia, Sakartvelo recusou-se a devolver os sistemas de defesa antiaéreo “Buk” que tinham sido fornecidos anteriormente.

Mikheil Saakashvili. Foto de fontes abertas.

Fornecimento de apoio armado da Ucrânia à Macedónia

Em 1991, a Macedónia (oficialmente conhecida como República da Macedónia do Norte desde 2019) declarou a sua independência da Iugoslávia e tornou-se a única antiga república iugoslava a conquistar a independência de forma pacífica. Os albaneses tornaram-se a segunda maior comunidade nacional, depois dos próprios macedónios. Formaram partidos políticos e participaram na resolução de vários problemas políticos. No entanto, em 2001, a situação começou a deteriorar-se devido às restrições à utilização da língua albanesa nas instituições oficiais e no ensino, bem como à proibição da utilização da bandeira albanesa.

Um sinal na fronteira com a Grécia está a ser mudado de Macedónia para Macedónia do Norte, a 13 de fevereiro de 2019. Foto: Getty Images.

O conflito começou em 22 de janeiro de 2001, quando rebeldes albaneses armados do “Exército de Libertação Nacional” atacaram uma esquadra de polícia na aldeia de Teartse, matando um policial e ferindo outros três. Quando a Macedónia, que na altura não era membro de nenhuma aliança internacional de segurança, precisou de mais armas para se defender do grupo militante, os países da NATO ofereceram-se para resolver o problema através de negociações.

Em março de 2001, a Macedónia solicitou a assistência de países parceiros. A Ucrânia assinou um acordo bilateral com o governo macedónio para a venda de armas a preços mais baixos. Em março do mesmo ano, chegou o primeiro lote de helicópteros ucranianos: quatro Mi-8MT equipados com metralhadoras e dois Mi-24. Mais tarde, em junho, chegaram mais quatro helicópteros Mi-24 e quatro aviões de ataque Su-25. Apesar da insatisfação dos países da NATO, que procuraram resolver o conflito politicamente, a Ucrânia continuou a fornecer armas à Macedónia. No início de agosto de 2001, foram enviados cerca de 30 tanques e 20 veículos blindados de transporte de pessoal, restaurados em fábricas ucranianas. A luta terminou em 13 de agosto de 2001, quando o governo macedónio e as forças políticas albanesas assinaram o Acordo de Ohrid.

Um helicóptero fornecido pela Ucrânia ataca uma posição dos militantes no verão de 2001. Foto: Getty Images.

Desde o início da guerra em grande escala na Ucrânia, a Macedónia do Norte forneceu vários tipos de munições e armas. O montante total da ajuda  chegou a cerca de 16% do orçamento anual de defesa do país. A Macedónia do Norte também devolveu à Ucrânia quatro aviões militares Su-25, adquiridos em 2001.

Forças ucranianas de manutenção de paz no Iraque

Após o derrube do regime do ditador Saddam Hussein, a ONU apelou a vários países para que restaurassem a estabilidade no Iraque através de esforços conjuntos. Em maio de 2003, a 5ª Brigada Mecanizada Separada das Forças Armadas da Ucrânia foi enviada para o Iraque como parte da Força Internacional de Coligação, contra a qual os militantes islâmicos estavam a travar uma guerra de guerrilha. Após a conclusão da missão das tropas ucranianas na primavera de 2005, os Estados Unidos ofereceram à Ucrânia a possibilidade de prosseguir a operação no Iraque na qualidade de conselheiros e observadores militares.

Militares ucranianos antes do serviço de combate, no Iraque. Foto: Facebook (Yuri Le).

A operação militar no Iraque é uma das maiores missões estrangeiras na história da Ucrânia independente. Durante os cinco anos que decorreram até 2008, participaram nela mais de 1600 elementos das Forças Armadas ucranianas, 18 dos quais foram mortos e 40 ficaram feridos.

Cientistas ucranianos no Japão

Quando a Ucrânia sofreu a catástrofe de Chernobyl, o maior acidente nuclear da história, o Japão tornou-se um dos maiores doadores que financiou o abrigo da central nuclear e os programas humanitários. Por conseguinte, quando ocorreu uma catástrofe nuclear no Japão, o nosso país não poderia ficar de fora.

Em 11 de março de 2011, um forte terremoto e um tsunami danificaram o sistema de arrefecimento do reator da central nuclear de Fukushima Daiichi. Devido à elevada temperatura do combustível nuclear, ocorreram explosões de hidrogénio e incêndios nas unidades de energia em poucos dias. A Agência Nacional de Polícia do Japão registrou que cerca de 15.900 pessoas morreram devido a catástrofes naturais e suas consequências e quase 2.523 foram dadas como desaparecidas até 2023.

Casas inundadas após o terramoto e o tsunami em Natori, no nordeste do Japão, a 11 de março de 2011. Foto: Reuters.

O Japão começou a criar várias instituições científicas para estudar a radioatividade, e foi na Ucrânia que procuraram especialistas. Eles estavam interessados na experiência de um país que tinha sobrevivido a uma catástrofe semelhante, estudado o impacto da radiação no ambiente e, mais importante, que sabia como se proteger dela. Por exemplo, Mykola Steinberg, o antigo engenheiro-chefe da central nuclear de Chernobyl, contou aos peritos japoneses como a Ucrânia protegeu o pessoal da central das ondas de radiação. E o cientista e académico Dmytro Bazyka partilhou a sua experiência no tratamento das vítimas do acidente de Chernobyl. Os nossos peritos foram convidados a dar palestras em institutos e ministérios.

Descarga de ajuda humanitária no Japão. Foto: Yoshikazu Tsuno / AFP via Getty Images.

Também em 4 de agosto de 2011, em resposta a um pedido oficial do Governo do Japão, através de organizações não governamentais, a Ucrânia enviou uma carga humanitária com equipamento pessoal de proteção contra radiações: dosímetros, dosímetros-radiómetros e máscaras de gás.

A Ucrânia na luta contra o coronavírus

Durante a pandemia de COVID-19, quando a doença começou a afetar os países um a um, Volodymyr Zelenskyi assinou um decreto para enviar uma equipa de médicos e equipamento médico para ajudar a Itália, onde ocorreu uma das primeiras ondas da doença. No total, chegaram à Itália 20 médicos de várias especialidades: especialistas em doenças infecciosas, médicos de cuidados intensivos, cirurgiões, anestesistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Muitos meios de comunicação social italianos noticiaram a chegada dos especialistas, referindo que a Ucrânia, juntamente com a Albânia e a Polónia, prestava apoio concreto à Itália.

З початком пандемії коронавірусу «Мрія» розвозила Desde o início da pandemia de coronavírus, a "Mriya" tem entregado medicamentos, equipamento médico e equipamento de proteção em todo o mundo. Na foto, a ministra da Defesa alemã, Annegret Kramp-Karrenbauer (à esquerda), encontra-se com um carregamento de máscaras médicas entregues por um avião An-225, em 27 de abril de 2020. Foto: Getty Images., медобладнання та захисні засоби по всьому світу. На фото міністрка оборони Німеччини Аннегрет Крамп-Карренбауер (ліворуч) зустрічає вантаж із медичними масками, який доставив літак Ан-225, 27 квітня 2020 року. Фото: Getty Images.

Durante a pandemia do coronavírus, a Ucrânia transportou material médico da China para vários países ocidentais. O maior avião de transporte do mundo na época, o An-225 “Mriya”, que ficou danificado na invasão russa de Gostomel, ajudou outros países a combater a pandemia. Por exemplo, entregou mais de mil metros cúbicos de equipamento de proteção à Polónia e à França.

Equipas de salvamento ucranianas na Turquia

A Ucrânia veio pela primeira vez em auxílio da Turquia durante graves incêndios florestais em julho de 2021. Dois aviões An-32P de combate a incêndios chegaram à província de Muğla, para ajudar a travar a propagação do fogo. Alguns dias depois, aeronaves da SNEU voaram para extinguir os incêndios na província de Antália, que também se propagaram às cidades de Osmaniye, Kayseri, Kocaeli, Adana e Mersin. O incêndio foi finalmente extinto em 12 de agosto do mesmo ano.

Avião de combate a incêndios enviado para a Turquia. Foto: SNEU.

Em 2023, as regiões sul e central da Turquia foram atingidas por fortes terremotos: mais de 50.000 pessoas morreram. Da Ucrânia foi enviada uma equipa de busca e salvamento com 87 socorristas. Em dez dias, uma mulher foi resgatada e os corpos de 58 pessoas, incluindo nove crianças, foram retirados dos escombros. Especialistas ucranianos também inspecionaram cerca de 500 edifícios, ajudaram a remover os escombros e prestaram assistência médica às vítimas.

Destruição na cidade de Adana, no sul da Turquia. Foto: Reuters.

Evacuação de pessoas do Afeganistão pelos militares ucranianos

Após a retirada total das tropas da NATO do Afeganistão, em agosto de 2021, os militantes talibãs tomaram Cabul. Naquele momento, muitas pessoas, incluindo cidadãos estrangeiros, tentavam sair do país. Os 19 intérpretes afegãos que trabalham com os militares canadenses deveriam viajar com as suas famílias para um avião em Cabul e depois voar para o Canadá. No entanto, devido a um ataque terrorista no aeroporto da capital, organizado pela organização terrorista ISIS, foi anunciado que os cidadãos afegãos com vistos abertos não poderiam sair do país sem serem acompanhados por estrangeiros.

ISIS
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante é um grupo terrorista (não reconhecido como Estado) que atua desde 2003, principalmente no Iraque, na Síria e no Afeganistão.

Um avião ucraniano que evacuou cerca de 700 pessoas de Cabul em 6 voos. Foto: Getty Images.

Após várias tentativas infrutíferas de negociar o regresso dos intérpretes, as autoridades canadenses recorreram ao Departamento de Estado dos EUA e ao Qatar, mas os seus esforços também não melhoraram a situação. O Canadá pediu então ajuda à Ucrânia. Um grupo de soldados ucranianos deslocou-se ao centro da capital afegã, onde encontrou carrinhas com intérpretes numa feira local e os acompanhou até ao aeroporto. Após o voo bem sucedido, os intérpretes e as suas famílias chegaram a Kyiv, de onde regressaram ao Canadá

Intérpretes afegãos que estavam a ajudar os militares canadianos resgatados pelas forças especiais ucranianas . Foto: Yevhen Malolietka.

No total, o exército ucraniano evacuou do Afeganistão mais de quinhentos cidadãos de diferentes países, incluindo ucranianos, durante estes meses.

A última missão da Ucrânia no Congo

Em 6 de abril de 1994, teve início o genocídio em Ruanda, quando os hutus começaram a exterminar os tutsis. Em três meses, foram mortos 800.000 tutsis e hutus que se recusavam a ser assassinos. Os autores do crime fugiram para as províncias orientais do Congo, onde formaram grupos armados e continuaram a atacar civis.

Desde 2012, o 18.º grupo separado de helicópteros das Forças Armadas da Ucrânia participou na missão de manutenção da paz das Nações Unidas para estabilizar a situação na República Democrática do Congo: 156 soldados participaram e os helicópteros ucranianos representavam um terço dos recursos das Nações Unidas envolvidos. As principais tarefas eram a evacuação de feridos e doentes, o reconhecimento e patrulhamento. Em 10 anos, os helicópteros ucranianos passaram mais de 22.473 horas no ar, transportando mais de 116.280 passageiros e carga, com um peso total de 5.600 toneladas. Durante este tempo, foram efetuadas 12 rotações dos militares ucranianos.

As forças de manutenção da paz ucranianas reparam um helicóptero Mi-24 no aeródromo de Goma, no Congo, a 5 de dezembro de 2019. Foto: Volodymyr Petrov para o Kyiv Post.

A agressão armada em grande escala da Federação Russa impediu as forças de manutenção da paz ucranianas de concluírem a sua missão — por ordem do Presidente Volodymyr Zelenskyi, deixaram o Congo em 2022.

Cerimónia de entrega de condecorações às forças de manutenção da paz ucranianas no Congo, dezembro de 2015. Foto: Ministério da Defesa da Ucrânia.

Desde a declaração de independência, a Ucrânia tem participado em missões internacionais destinadas a salvar vítimas, resolver conflitos e manter a paz. Apesar das dificuldades e da luta contra o inimigo, o Estado ucraniano não só recebe assistência internacional, como também continua a ser uma parte integrante da comunidade mundial, pronta a ajudar os países que precisam de ajuda.

Material preparado por

Fundador do Ukraïner:

Bogdan Logvynenko

Autora:

Margaryta Yakymovytch

Editora:

Viktória Didkovska

Tradutora:

Anna Bogodyst

Editor de tradução:

Guilherme Rett

Gerente de conteúdo:

Leila Ahmedova

Editora Chefe do Ukraïner Internacional:

Anasstacía Marushevska

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